terça-feira, 4 de setembro de 2018 0 comentários

Chegadas e Partidas (primeiro texto)

Iguatemi Fortaleza (1997), quando eu nem pensava em chegar ou partir. (Foto: acervo pessoal).

Você já parou para pensar em quantas pessoas já foram embora da sua vida? Algumas morreram, outras se mudaram e você nunca mais as viu. Lembro que nos tempos de adolescência, amigos tão próximos se foram. E onde eles estão?

Quem são os nossos novos amigos? Eles vão durar por muito tempo? Eu, que procuro não me apegar às pessoas me peguei triste ao saber que algumas tão especiais para mim vão embora.

Vão estudar fora, alcançar sonhos, vão ter oportunidades que elas não têm no Brasil. Eu me peguei com o coração apertado quando comecei a pensar em uma música para homenagear alguns desses amigos.

Alguns são de longa data, outros de semanas. Mas, de alguma forma, essas pessoas me marcaram. Existem espaços de chegadas e partidas. Um aeroporto, uma rodoviária, um coração.

Meu coração hoje já não recebe tantos pousos, mas sinaliza partidas que certamente ficarão na memória durante um tempo que eu ainda não sei dizer. Será que um dia vou rever essas pessoas? E se eu morrer? E se elas não quiserem mais voltar para o Brasil?

Pessoas vem, pessoas vão. E o coração vai ficando mais estreito. As lágrimas caem enquanto escrevo esse texto e ouço os versos de Keane:

“And if you have a minute, why don't we go?
Talk about it somewhere only we know?
This could be the end of everything?
So why don't we go?
Somewhere only we know?”


segunda-feira, 30 de abril de 2018 0 comentários

Quando a morte vem...

A mão de uma sertaneja que lutou por seus filhos.
“Ela partiu”, disse mamãe ao me acordar. Ela se foi e deixou lembranças que jamais passarão. A minha avó, aquela tão querida por todos. Forte e resistente. Mesmo nos piores dias de seca no sertão do Ceará, ela trabalhou para dar de comer aos nove filhos. Ela é minha raiz, meu berço, minha origem terrena.

Agora, ela descansa e espera o dia em que vai reencontrar seu Deus. E nós ficamos aqui a lembrar de tudo. De tantas...

E que legado uma senhorinha de 85 anos pode deixar para o mundo? Que exemplo uma mulher dessas pode oferecer? A luta do sertanejo para prover vida aos filhos. A fé de que a chuva vai chegar na terra seca.

Quando a morte vem, fica a tristeza, o desespero, o choro. Mas, também o legado. Devemos ser fortes diante dificuldades. Devemos permanecer firmes, mesmo quando tudo parece desmoronar. E devemos amar, como o amor de uma vó que alimenta um neto.

Ela se foi… E nós? Nós aprendemos com seu exemplo. Vibramos seu legado. E esperamos o dia em que vamos nos encontrar novamente, nos braços do Pai.
quinta-feira, 12 de abril de 2018 0 comentários

Ao Amigo Distante

Reflexão no Theatro José de Alencar. (Foto: Registrada pelo amigo distante).
Caro Amigo Distante,

Escrevo essa "carta" porque não tenho mais aguentado ficar tão longe. Os últimos dias têm sido difíceis. Eu tenho precisado da sua amizade, mas eu não te vejo mais. Eu queria entender porque isso aconteceu.

Eu sei que a gente não se falava com tanta frequência, mas queria entender porque fui interrompido. Eu não sei o real motivo disso. Eu sei que não sou a melhor pessoa do mundo, mas você há de convir que também não sou de se jogar fora, não é?

Eu não faço ideia de como você está. Eu não tenho mais nenhuma forma de comunicação com você e eu espero de coração que você ainda use esse e-mail. Eu quero que a gente possa conversar pessoalmente. Eu espero que você considere o meu pedido.

Não esqueça de que as coisas desse mundo passam, mas as uniões feitas por Deus permanecem.

Um abraço, meu amigo! Espero ver-te em breve. Muito breve!

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018 0 comentários

Eu me arrependo, Senhor!

Foto: Renan de Oliveira.
O primeiro dia do ano é tão importante para mim. Eu sempre me empolgo em escolher a primeira música que vou ouvir. Há anos sempre escuto “Mais Que Vencedor”, uma brava música de guerra e confronto com os medos e erros. Mas, depois de fazer a primeira oração de 2018, senti que deveria fazer algo diferente. Olhei para minha estante e o disco certo brilhou pra mim.

Senti que deveria “recomeçar tudo de novo e nunca mais deixar meu coração se esfriar”. Tirei o disco e coloquei pra tocar. Avancei a faixa quatro vezes até cair na quinta. “Quero Me Apaixonar” foi a canção escolhida pelo próprio Deus para que hoje eu fosse tão edificado.

Não é fácil admitir que o coração esfriou, ou que deixamos a batalha para se distrair com outras coisas. A latente vontade de retornar com tudo nunca acabava, até que hoje ela explodiu. “Leva-me de volta ao meu primeiro amor”.

2018 será um ano de muita perseverança. Mas, também será um ano de se apaixonar novamente pelo Criador. A ponto de abandonar todas as outras coisas só para estar perto de Sua presença. Um ano para recomeçar, para voltar a andar, a se alimentar. Sim, “quero me apaixonar por Ti outra vez. Quero me entregar a Ti mais e mais, Senhor. Leva-me de volta ao meu primeiro amor.

Ouça a canção "Quero me Apaixonar":

terça-feira, 31 de outubro de 2017 0 comentários

Deserto de Revelação


Eu demorei para entender que estava passando por um deserto. É estranho. A gente cresce ouvindo falar desse momento e fica pensando como deve ser. Mas, só sabe de fato quem passa. Engana-se que o deserto é apenas uma temporada onde Deus fica em silêncio. O deserto acontece quando estamos longe do Senhor. Ele é a Água Viva e longe Dele ficamos secos. Nem sempre sedentos, porque o processo pode ser bem lento e aí você nem percebe.

Quando você percebe, já está no meio do deserto, perdido. Sem saber muito como proceder, sem saber se ainda há chances de voltar ao Manancial. Não é fácil reconhecer para os outros. A gente quer manter a postura, o posto de bom cristão. “Tô bem, tô legal”, mas por dentro as coisas vão de ruim para pior.

Eu lembro de quando precisei andar vários quilômetros no sertão do Ceará para chegar na casa de um tio meu. Foram horas andando naquela terra quente e seca. Eu não havia levado água, então chegou um momento em que eu pensei que não ia mais aguentar. Foi quando parei na casa de uma senhora e pedi um copo de água. Lembro como se fosse ontem, aquele líquido que bebi parecia correr por todo o meu corpo, me renovando para continuar a caminhada.

Assim acontece com a gente. Na caminhada, se a gente se afasta do Senhor, a gente pára de beber dessa Água Viva e fica seco, e mais seco, até desfalecer. Mas, é no deserto que muitas coisas são reveladas. Fraquezas, angústias, os problemas parecem gritar. Chega uma hora no deserto que você entende que está nele e precisa com urgência voltar ao Manancial. Está sendo assim comigo. Eu estou vendo uma estrada seca na minha frente. Eu andei um bocado por esse deserto e nem percebi.

Mas, “eu não vou morrer neste deserto. Vou atravessar e chegarei na terra dos Teus sonhos. Promessas que não podem falhar”. Sim, parece que as coisas ficaram bem claras para mim quando ouvi a nova canção do Diante do Trono. É incrível a conexão que tenho com esse ministério. Ao parar para refletir sobre a letra de “Deserto de Revelação”, eu entendi que precisava voltar ao Manancial. Eu entendi que por mais fraco que esteja, eu preciso acreditar que este deserto florescerá.

“O sol tão quente e a dor. Medo, silêncio, incertezas. Serpentes mortais me ameaçam. O vale das sombras traz dúvidas. Luto pra não me esquecer, confiar e acreditar. Tua Palavra jamais passará. Esse deserto florescerá”, diz a letra.

Se você passa pelo mesmo, acredito que esta canção será bênção para você. O deserto pode chegar para todos e em Cristo nós podemos sair dele e estar no Manancial.



 
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