Cena da morte de Ellen Riplay | Foto: Reprodução |
Eu não havia entendido o filme direito, a única coisa que tinha na mente
é que “Ripley = coisa ruim”. Ela era a mãe do Alien? Porque aquela cara de mau?
Porque eu tinha tanto medo dela? Tantas perguntas e eu não tinha mais coragem
de ficar em um lugar sozinho. A imagem da tenente me deixava com as pernas
bambas. Passei anos assim, pedia a Deus pra esquecer aquele filme.
Anos depois o filme foi reproduzido na TV e eu queria assistir. Lembro
perfeitamente, meu pai dormindo e eu deitado no sofá esperando minha mãe chegar
do trabalho. Aquelas cenas novamente diante dos meus olhos e eu não parava de
cantar baixinho uma música do cantor J. Neto:
“Deus está presente quando eu canto.Deus está presente quando eu choro.E em meu pranto Ele me consola.Deus está comigo nesta hora”
Quando minha mãe chegou e me viu naquela situação, desligou a TV e me
ajudou a tomar banho (eu não tinha coragem de entrar no banheiro sozinho).
Cheguei na escola
no outro dia e o assunto era o filme. Não assisti o final, não lembrava como
era. Meu medo era tanto que eu imaginava o mostro entrando na sala e comendo a
cabeça da professora.
Os anos se
passaram e mesmo mais velho, eu sempre tive aversão ao terror dos filmes. Alien
sempre foi um trauma pra mim. Nem sempre tenho coragem de descer as escadas
escuras à noite pra pegar água ou ir ao banheiro. Daí resolvi enfrentar esse
medo. Baixei a quadriologia, tomei coragem e assisti o primeiro filme.
Sigourney
Weaver (a atriz que interpreta Riplay) era tão jovem. Uma sexy simbol na época.
O primeiro filme foi lançado em 1979, apesar de antigo, fiquei assustado mesmo
assim. A partir daí eu comecei a ver a tenente como uma mulher corajosa. Puxa,
ela passou maior luta pra acabar com a raça do maldito alien. Ai eu descobri
que no quarto filme ela é um clone (acho que é isso). Ela era boa, o clone que
era ruim.
Então
assisti o segundo, onde vi o quanto ela é mais macho que eu. Se eu tivesse de
enfrentar aquela coisa com um monte de ovos se abrindo e a mãe alien ali na
minha frente, só Deus sabe qual seria minha reação. Hoje assisti o terceiro
filme. Numa prisão cheia de assassinos, Ellen era uma hospedeira e nem sabia. E
mais uma vez o alien estava lá pra acabar com o clima de todo mundo.
Infelizmente me deram o spoiler de que ela morre, mesmo assim confesso que me
emocionei com a morte dela. Preferiu morrer que deixar que o governo
“estudasse” a espécie alien e sabe lá se o mostro não iria tomar conta do
planeta terra.
O quarto
filme eu já havia visto (foi o meu trauma), mas agora eu entendi quem é a
Ripley e que filme surpreendente. Mesmo mais velha a Sigourney bota mais medo
ainda. Depois dessa maratona, me resta assistir “Prometheus” no cinema, pena
não ter a figura da Tenente Riplay. E foi assim que eu superei esse meu trauma
de infância. Só não consigo ainda descer as escadas porque acabei de ver o
filme, mas enfim. Cada caso é um caso.
CAIXA DAS
LEMBRANÇAS
Um facehugger em ação (Alien, o oitavo passageiro) |
Ellen Ripley enfrenta o último alien do primeiro filme |
Alien, o resgate |
Tenente Ripley militando contra mais um alien em "alien, o resgate" |
Ripley em Alien 3 |
O clone de Ripley triste porque teve de matar o último alien em "Alien, a ressurreição" |
Sigourney Weaver atualmente |
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