segunda-feira, 9 de julho de 2012

Como descobri a Tenente Ripley e superei um trauma de infância

Cena da morte de Ellen Riplay | Foto: Reprodução
Quando eu tinha uns 12 anos, minha vida ainda era uma beleza. Até que um dia (nesse período), meu primo foi me visitar e alugou um filme pra gente assistir. Toda a família reunida para assistir: Alien: Resurrection (Alien - A Ressurreição). Depois desse dia, eu que era tão corajoso passei duas semanas sem dormir. Aquele filme acabou com minha vida tranquila. Não conseguia tomar banho em paz, pensava que em qualquer momento a tal Ripley ia chegar do nada e me matar.


Eu não havia entendido o filme direito, a única coisa que tinha na mente é que “Ripley = coisa ruim”. Ela era a mãe do Alien? Porque aquela cara de mau? Porque eu tinha tanto medo dela? Tantas perguntas e eu não tinha mais coragem de ficar em um lugar sozinho. A imagem da tenente me deixava com as pernas bambas. Passei anos assim, pedia a Deus pra esquecer aquele filme.

Anos depois o filme foi reproduzido na TV e eu queria assistir. Lembro perfeitamente, meu pai dormindo e eu deitado no sofá esperando minha mãe chegar do trabalho. Aquelas cenas novamente diante dos meus olhos e eu não parava de cantar baixinho uma música do cantor J. Neto: 

“Deus está presente quando eu canto.Deus está presente quando eu choro.E em meu pranto Ele me consola.Deus está comigo nesta hora”


Quando minha mãe chegou e me viu naquela situação, desligou a TV e me ajudou a tomar banho (eu não tinha coragem de entrar no banheiro sozinho).

Cheguei na escola no outro dia e o assunto era o filme. Não assisti o final, não lembrava como era. Meu medo era tanto que eu imaginava o mostro entrando na sala e comendo a cabeça da professora.


Os anos se passaram e mesmo mais velho, eu sempre tive aversão ao terror dos filmes. Alien sempre foi um trauma pra mim. Nem sempre tenho coragem de descer as escadas escuras à noite pra pegar água ou ir ao banheiro. Daí resolvi enfrentar esse medo. Baixei a quadriologia, tomei coragem e assisti o primeiro filme.


Sigourney Weaver (a atriz que interpreta Riplay) era tão jovem. Uma sexy simbol na época. O primeiro filme foi lançado em 1979, apesar de antigo, fiquei assustado mesmo assim. A partir daí eu comecei a ver a tenente como uma mulher corajosa. Puxa, ela passou maior luta pra acabar com a raça do maldito alien. Ai eu descobri que no quarto filme ela é um clone (acho que é isso). Ela era boa, o clone que era ruim.


Então assisti o segundo, onde vi o quanto ela é mais macho que eu. Se eu tivesse de enfrentar aquela coisa com um monte de ovos se abrindo e a mãe alien ali na minha frente, só Deus sabe qual seria minha reação. Hoje assisti o terceiro filme. Numa prisão cheia de assassinos, Ellen era uma hospedeira e nem sabia. E mais uma vez o alien estava lá pra acabar com o clima de todo mundo. Infelizmente me deram o spoiler de que ela morre, mesmo assim confesso que me emocionei com a morte dela. Preferiu morrer que deixar que o governo “estudasse” a espécie alien e sabe lá se o mostro não iria tomar conta do planeta terra.


O quarto filme eu já havia visto (foi o meu trauma), mas agora eu entendi quem é a Ripley e que filme surpreendente. Mesmo mais velha a Sigourney bota mais medo ainda. Depois dessa maratona, me resta assistir “Prometheus” no cinema, pena não ter a figura da Tenente Riplay. E foi assim que eu superei esse meu trauma de infância. Só não consigo ainda descer as escadas porque acabei de ver o filme, mas enfim. Cada caso é um caso.


CAIXA DAS
LEMBRANÇAS

Um facehugger em ação (Alien, o oitavo passageiro)

Ellen Ripley enfrenta o último alien do primeiro filme

Alien, o resgate

Tenente Ripley militando contra mais um alien em "alien, o resgate"

Ripley em Alien 3

O clone de Ripley triste porque teve de matar o último alien em "Alien, a ressurreição"

Sigourney Weaver atualmente
Por: KarlosVinicius

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