Foto: Felipe Santiago |
Acabei de sonhar isso e
resolvi escrever pra não esquecer futuramente. Tenho certeza de que se isso for
pro cinema vai bater a bilheteria de Harry Potter.
Eu
estava em casa estudando de boa, quando ouvi barulhos, estrondos fora de casa.
Eram barulhos iguais ao final de “Circus for a Psycho” (Skillet – Rise). Fui
ver o que era, tinha um monte de carros estranhos na rua, com uma gente muito
esquisita. Carros pretos e pessoas de preto.
As
pessoas andavam nas ruas desesperadas, sem saber o que estava acontecendo. De
repente, pessoas com roupas especiais (como de enfermeiros) e mascaras de
proteção saiam desses carros, aparentemente bem sujos e sucateados. Elas
pegavam todas as pessoas que viam pela frente e coletavam uma amostra de sangue
de cada um em um material que eu nunca tinha visto. Era um tudo de vidro, como
um tudo de ensaio, mas bem fininho, com outro tubo ligado, mas sem rigidez. Como
um canudo mole e na ponte uma espécie de agulha, que eles enfiavam no braço das
pessoas, coletavam o sangue e depois colocavam numa espécie de cesta.
A
rua da minha casa estava um caos, se isso só estava acontecendo ali ou em
outros lugares eu não sei, mas estava um caos, uma loucura. Parecia o
apocalipse.
(Estou escrevendo rápido porque tenho medo de
esquecer partes e quero escrever tudo)
Foi
quando conseguiram me pegar. Eu gritava, pedia socorro, mas pra quem? Todos ali
estavam sendo pegos a força, um segurava e o outro tirava o sangue. Alguém me
segurou pelas costas e eu comecei a gritar feito um louco. Uma mulher, com essa
roupa de enfermeiro veio até mim com uma calma e tranquilidade, enquanto tudo
ao redor estava em guerra. Ela enfiou aquela agulha no meu braço, no começo
parecia que ia doer muito, mas não doeu tanto assim.
Vi meu sangue saindo com
uma fluidez rápida. Entrou no tubinho e logo encheu ele todo. Ela me largou e o
cara grandão atrás de mim, me soltou. Eu estava meio zonzo e vi que todas as
pessoas que eles pegavam pra tirar o sangue, assim que a soltavam elas caiam no
chão como desmaiadas. Eu me perguntei por que eu também não cai no chão.
Olhei
pro portão da minha casa e vi minha irmã de 14 anos gritando por mim, corri pra
acudir ela e dizer que ela entrasse pra dentro de casa pra que ela não fosse pega
também. Abri o portão, peguei minha irmã, tranquei tudo e fomos nos esconder no
banheiro. Meu pai tinha ido à casa da minha tia que fica no quarteirão
seguinte. Quando ouvi os gritos dele no portão, fui ver o que era, ele estava sendo
pegue naquele momento. Vi aquelas pessoas estranhas coletarem o sangue dele e
colocarem dentro da caçamba de um carro maior. Meu Deus, era meu Pai ali. Será que
eu o veria novamente? Foi quando deixei minha irmã no banheiro e fui atrás do
meu pai.
Minha
mãe estava no quarto orando, eu não sei o que aconteceu com ela. Só sei que
quando fui atrás do meu pai, vi minha tia de bicicleta, ela entrou dentro de
casa e foi ver como minha irmã estava. Parecia que ela já sabia que tinha de
fazer isso. Eu não via mais pessoas estranhas nas ruas, só um monte de gente caída
no chão. Meus vizinhos, todos eles desmaiados.
Eu
estava em pânico, não sabia o que fazer. Na caçamba, eu não consegui encontrar
o corpo do meu pai. Mas acabei vendo o corpo de minha prima ali. Sai da caçamba
e corri pra dentro de casa. Eu juro que não sei como ninguém me viu fazendo
isso. Pensei que eles iam me pegar ali, naquela hora, mas ninguém veio. O carro
começou a correr e eu pulei dele em movimento.
Entrei
em casa, fui ver como estavam minha tia, irmã e mãe. Minha irmã estava no
banheiro chorando, minha tia sentada no sofá como se nada tivesse acontecido.
Eu não vi mais a minha mãe.
-
Vitória, fala comigo e se acalma. O que você viu?
-
Eu vi tanta gente gritando que eu fiquei com medo e tentei me esconder. O que
foi isso? O que esta acontecendo, pelo amor de Deus.
-
Olha, eu não sei ao certo, mas pegaram o nosso pai e nossa prima. Eu preciso
fazer alguma coisa. Você já foi ver como está a mãe?
-
Não, ela estava no quarto.
-
E a tia? Você falou com ela? Que tia? Ninguém apareceu aqui depois desse caos
todo.
-
A tia, oras. Ela veio de bicicleta.
Fui
na sala mostrar que nossa tia estava sentada vendo TV, mas não tinha mais
ninguém lá. Eu estava ficando mais apavorado ainda. Subi as escadas pra ver
minha mãe e minha tia estava tentando coletar o sangue dela. Caraca, ela fazia
parte daquilo? Foi contaminada de alguma forma? Eu não sabia o que fazer, se
tirava ela a força, se batia nela (puxa, era minha tia). Eu só sabia que não
poderia deixar ela fazer isso.
-
Não faz isso. O que a senhora esta fazendo? Sai daí, tia.
Eu
parti pra cima, a final era minha mãe lutando contra a própria irmã dela. Dei
um empurrão tão grande que ela bateu na parede e desmaiou. Eu sei que parece
exagero, mas foi o que aconteceu. Ou ela estava muito debilitada, ou ela estava
desnorteada a ponto de desmaiar.
-Mãe,
o que aconteceu?
-
Meu filho, eu estava orando no quarto, quando vi um barulho muito forte lá
fora. Fiquei vendo as coisas acontecerem, quando vi você entrando numa caçamba.
Eu ia gritar, mas senti que deveria orar. Ajoelhei-me ali mesmo e pedi a Deus
que lhe guardasse de todo mal.
-
Então foi por isso que ninguém me viu entrando na caçamba? Obrigado Deus. Mas,
e agora? O que foi tudo isso? A gente precisa descobrir, nosso pai e a prima
estão lá. Sendo levados pra um lugar que a gente não conhece. Eu tenho de saber
onde eles vão.
Sai
correndo feito louco, ainda havia um último carro na rua, entrei na caçamba e
fiquei quietinho. Esperei um tempo, no meio daqueles corpos pálidos. Será que
estavam mortos? Eu realmente não sabia. Até que decidi por a cabeça pro lado de
fora, sim a caçamba era aberta.
Vi
a rua tão cinza com o sol de pondo no fundo. As ruas estavam desertas, com
alguns corpos perto das calçadas. Vi pessoas como que acordando, abrindo os
olhos e decidi descer. Logo atrás vinha um ônibus, velho e antigo. Desci do
carro e pedi pra entrar no ônibus. A porta abriu e eu fiquei ali mesmo, na
frente perto da porta. Andei por mais uns 10 minutos, perguntei para o
motorista o que ele sabia sobre aquilo tudo. Ele não me respondeu nada. Perguntei
também que ônibus era aquele, nunca tinha o visto pela cidade. Ele não deu um “piu”.
Foi
quando um carro muito suspeito passou por nós. Um jovem bonito e barbado passou
do nosso lado neste carro, ele estava dirigindo e só havia ele. Ele acompanhou
o meu olhar como que estivesse me convidando pra se juntar a ele. Não faço ideia
porque eu senti isso. Ele parou numa oficina e eu pedi pra descer do ônibus.
-
Motorista, o sr. Pode parar aqui?
-
Onde você quiser, filho.
-
Pode ser aqui, então. Obrigado.
Desci
do ônibus e voltei meio atordoado. Será que eles injetaram algo em mim? Minha
visão estava meio turva. Vi um cara se enfiando dentro de um conjunto de pneus,
eles estavam cheios de água. Esse cara estava tomando banho dentro desses
pneus. Logo à frente eu vi o carro. Entrei na oficina a procura do rapaz. Ele me
viu e veio até a mim.
-
Você que é o Karlos Aires?
-
Sim, sou eu. E você? Quem é?
-
Me chamo George. Muito prazer. Eu estava esperando você por muito tempo.
-
Me esperando? Por quê? Como assim?
-
Você parece que não conhece o potencial que tem, não é mesmo? Vem cá, vou te
dar duas opções. Número um: você esquece tudo isso que aconteceu e vai acordar
em casa junto de sua família como se nada tivesse acontecido.
-
Peraí, tu não tá vendo Matrix demais não? Desculpa, mas isso é plágio, amigão.
-
Número dois: você entra no carro comigo e descobre o porquê de todo esse caos.
-
Eu não faria diferente do Neo, claro que escolho o número dois, a final, eu sou
jornalista. Não sou um repórter meia boca que não faz nada além do que a pauta
pede.
Nesse
momento, Buck Willians se orgulhou de mim. O cara pegou o celular e disse, olha
essa foto aqui. Quando olhei, perdi os sentidos. Lembro que acordei em casa, no
meu quarto. Fiquei desesperado. Eu pedi pra continuar na parada e acordo no meu
quarto? Minha prima bateu em minha porta. Fui logo olhar o braço dela, estava
tudo normal.
-
O que fizeram com você? Você está bem?
-
Eu estou bem, menino, Porque pergunta isso?
-
Você não se lembra de nada? Do que aconteceu? Pegaram você, tiraram seu sangue
e te colocaram numa caçamba.
-
Karlos, tu tá vendo filme demais.
Eu
desci as escadas e vi meu pai vendo TV, fiz as mesmas perguntas pra ele e ele
também não se lembra de nada. Procurei minha irmã e mãe, elas estavam dormindo.
Fui pro meu quarto. Perguntei-me o que estava acontecendo com o mundo. Fui orar
e pedi a Deus me revelasse o que era aquilo tudo.
*Sonho (ou pesadelo) tido na tarde do dia 01
de Junho de 2014. É, eu preciso dormir mais à tarde.
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