domingo, 1 de junho de 2014

Um repórter, um sonho, o apocalipse...

Foto: Felipe Santiago
Acabei de sonhar isso e resolvi escrever pra não esquecer futuramente. Tenho certeza de que se isso for pro cinema vai bater a bilheteria de Harry Potter.

Eu estava em casa estudando de boa, quando ouvi barulhos, estrondos fora de casa. Eram barulhos iguais ao final de “Circus for a Psycho” (Skillet – Rise). Fui ver o que era, tinha um monte de carros estranhos na rua, com uma gente muito esquisita. Carros pretos e pessoas de preto.

As pessoas andavam nas ruas desesperadas, sem saber o que estava acontecendo. De repente, pessoas com roupas especiais (como de enfermeiros) e mascaras de proteção saiam desses carros, aparentemente bem sujos e sucateados. Elas pegavam todas as pessoas que viam pela frente e coletavam uma amostra de sangue de cada um em um material que eu nunca tinha visto. Era um tudo de vidro, como um tudo de ensaio, mas bem fininho, com outro tubo ligado, mas sem rigidez. Como um canudo mole e na ponte uma espécie de agulha, que eles enfiavam no braço das pessoas, coletavam o sangue e depois colocavam numa espécie de cesta.

A rua da minha casa estava um caos, se isso só estava acontecendo ali ou em outros lugares eu não sei, mas estava um caos, uma loucura. Parecia o apocalipse.

(Estou escrevendo rápido porque tenho medo de esquecer partes e quero escrever tudo)

Foi quando conseguiram me pegar. Eu gritava, pedia socorro, mas pra quem? Todos ali estavam sendo pegos a força, um segurava e o outro tirava o sangue. Alguém me segurou pelas costas e eu comecei a gritar feito um louco. Uma mulher, com essa roupa de enfermeiro veio até mim com uma calma e tranquilidade, enquanto tudo ao redor estava em guerra. Ela enfiou aquela agulha no meu braço, no começo parecia que ia doer muito, mas não doeu tanto assim. 

Vi meu sangue saindo com uma fluidez rápida. Entrou no tubinho e logo encheu ele todo. Ela me largou e o cara grandão atrás de mim, me soltou. Eu estava meio zonzo e vi que todas as pessoas que eles pegavam pra tirar o sangue, assim que a soltavam elas caiam no chão como desmaiadas. Eu me perguntei por que eu também não cai no chão.

Olhei pro portão da minha casa e vi minha irmã de 14 anos gritando por mim, corri pra acudir ela e dizer que ela entrasse pra dentro de casa pra que ela não fosse pega também. Abri o portão, peguei minha irmã, tranquei tudo e fomos nos esconder no banheiro. Meu pai tinha ido à casa da minha tia que fica no quarteirão seguinte. Quando ouvi os gritos dele no portão, fui ver o que era, ele estava sendo pegue naquele momento. Vi aquelas pessoas estranhas coletarem o sangue dele e colocarem dentro da caçamba de um carro maior. Meu Deus, era meu Pai ali. Será que eu o veria novamente? Foi quando deixei minha irmã no banheiro e fui atrás do meu pai.

Minha mãe estava no quarto orando, eu não sei o que aconteceu com ela. Só sei que quando fui atrás do meu pai, vi minha tia de bicicleta, ela entrou dentro de casa e foi ver como minha irmã estava. Parecia que ela já sabia que tinha de fazer isso. Eu não via mais pessoas estranhas nas ruas, só um monte de gente caída no chão. Meus vizinhos, todos eles desmaiados.

Eu estava em pânico, não sabia o que fazer. Na caçamba, eu não consegui encontrar o corpo do meu pai. Mas acabei vendo o corpo de minha prima ali. Sai da caçamba e corri pra dentro de casa. Eu juro que não sei como ninguém me viu fazendo isso. Pensei que eles iam me pegar ali, naquela hora, mas ninguém veio. O carro começou a correr e eu pulei dele em movimento.

Entrei em casa, fui ver como estavam minha tia, irmã e mãe. Minha irmã estava no banheiro chorando, minha tia sentada no sofá como se nada tivesse acontecido. Eu não vi mais a minha mãe.

- Vitória, fala comigo e se acalma. O que você viu?
- Eu vi tanta gente gritando que eu fiquei com medo e tentei me esconder. O que foi isso? O que esta acontecendo, pelo amor de Deus.
- Olha, eu não sei ao certo, mas pegaram o nosso pai e nossa prima. Eu preciso fazer alguma coisa. Você já foi ver como está a mãe?
- Não, ela estava no quarto.
- E a tia? Você falou com ela? Que tia? Ninguém apareceu aqui depois desse caos todo.
- A tia, oras. Ela veio de bicicleta.

Fui na sala mostrar que nossa tia estava sentada vendo TV, mas não tinha mais ninguém lá. Eu estava ficando mais apavorado ainda. Subi as escadas pra ver minha mãe e minha tia estava tentando coletar o sangue dela. Caraca, ela fazia parte daquilo? Foi contaminada de alguma forma? Eu não sabia o que fazer, se tirava ela a força, se batia nela (puxa, era minha tia). Eu só sabia que não poderia deixar ela fazer isso.

- Não faz isso. O que a senhora esta fazendo? Sai daí, tia.

Eu parti pra cima, a final era minha mãe lutando contra a própria irmã dela. Dei um empurrão tão grande que ela bateu na parede e desmaiou. Eu sei que parece exagero, mas foi o que aconteceu. Ou ela estava muito debilitada, ou ela estava desnorteada a ponto de desmaiar.

-Mãe, o que aconteceu?
- Meu filho, eu estava orando no quarto, quando vi um barulho muito forte lá fora. Fiquei vendo as coisas acontecerem, quando vi você entrando numa caçamba. Eu ia gritar, mas senti que deveria orar. Ajoelhei-me ali mesmo e pedi a Deus que lhe guardasse de todo mal.
- Então foi por isso que ninguém me viu entrando na caçamba? Obrigado Deus. Mas, e agora? O que foi tudo isso? A gente precisa descobrir, nosso pai e a prima estão lá. Sendo levados pra um lugar que a gente não conhece. Eu tenho de saber onde eles vão.

Sai correndo feito louco, ainda havia um último carro na rua, entrei na caçamba e fiquei quietinho. Esperei um tempo, no meio daqueles corpos pálidos. Será que estavam mortos? Eu realmente não sabia. Até que decidi por a cabeça pro lado de fora, sim a caçamba era aberta.

Vi a rua tão cinza com o sol de pondo no fundo. As ruas estavam desertas, com alguns corpos perto das calçadas. Vi pessoas como que acordando, abrindo os olhos e decidi descer. Logo atrás vinha um ônibus, velho e antigo. Desci do carro e pedi pra entrar no ônibus. A porta abriu e eu fiquei ali mesmo, na frente perto da porta. Andei por mais uns 10 minutos, perguntei para o motorista o que ele sabia sobre aquilo tudo. Ele não me respondeu nada. Perguntei também que ônibus era aquele, nunca tinha o visto pela cidade. Ele não deu um “piu”.

Foi quando um carro muito suspeito passou por nós. Um jovem bonito e barbado passou do nosso lado neste carro, ele estava dirigindo e só havia ele. Ele acompanhou o meu olhar como que estivesse me convidando pra se juntar a ele. Não faço ideia porque eu senti isso. Ele parou numa oficina e eu pedi pra descer do ônibus.

- Motorista, o sr. Pode parar aqui?
- Onde você quiser, filho.
- Pode ser aqui, então. Obrigado.

Desci do ônibus e voltei meio atordoado. Será que eles injetaram algo em mim? Minha visão estava meio turva. Vi um cara se enfiando dentro de um conjunto de pneus, eles estavam cheios de água. Esse cara estava tomando banho dentro desses pneus. Logo à frente eu vi o carro. Entrei na oficina a procura do rapaz. Ele me viu e veio até a mim.

- Você que é o Karlos Aires?
- Sim, sou eu. E você? Quem é?
- Me chamo George. Muito prazer. Eu estava esperando você por muito tempo.
- Me esperando? Por quê? Como assim?
- Você parece que não conhece o potencial que tem, não é mesmo? Vem cá, vou te dar duas opções. Número um: você esquece tudo isso que aconteceu e vai acordar em casa junto de sua família como se nada tivesse acontecido.
- Peraí, tu não tá vendo Matrix demais não? Desculpa, mas isso é plágio, amigão.
- Número dois: você entra no carro comigo e descobre o porquê de todo esse caos.
- Eu não faria diferente do Neo, claro que escolho o número dois, a final, eu sou jornalista. Não sou um repórter meia boca que não faz nada além do que a pauta pede.

Nesse momento, Buck Willians se orgulhou de mim. O cara pegou o celular e disse, olha essa foto aqui. Quando olhei, perdi os sentidos. Lembro que acordei em casa, no meu quarto. Fiquei desesperado. Eu pedi pra continuar na parada e acordo no meu quarto? Minha prima bateu em minha porta. Fui logo olhar o braço dela, estava tudo normal.

- O que fizeram com você? Você está bem?
- Eu estou bem, menino, Porque pergunta isso?
- Você não se lembra de nada? Do que aconteceu? Pegaram você, tiraram seu sangue e te colocaram numa caçamba.
- Karlos, tu tá vendo filme demais.

Eu desci as escadas e vi meu pai vendo TV, fiz as mesmas perguntas pra ele e ele também não se lembra de nada. Procurei minha irmã e mãe, elas estavam dormindo. Fui pro meu quarto. Perguntei-me o que estava acontecendo com o mundo. Fui orar e pedi a Deus me revelasse o que era aquilo tudo.


*Sonho (ou pesadelo) tido na tarde do dia 01 de Junho de 2014. É, eu preciso dormir mais à tarde.

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